sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Votos Mecânicos - Feliz Natal


Cá vai um voto de Feliz Natal, dado por mim e por esta querida personagem, que faz parte de uma das mais subversivas séries de animação da TV de sempre!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Poemas Mecânicos - Hoje é Natal

Já comecei a receber mails e mensagens no telemóvel de Boas Festas. Ainda faltam quinze dias para o Natal... mas afinal não era esta quadra que devia de ser todos os dias? Isso fez-me lembrar um poema que escrevi intitulado "Hoje é Natal". Não era nada Natal, nesse dia, pois foi escrito no mês de Maio do já longínquo ano de 1996. O poema é mauzinho, mas eu gosto muito dele... Como aquela máxima que diz que os filhos, mesmo feios, parecem sempre bonitos aos pais. Este é um desses casos. Não lhe mudo uma vírgula e continuo a concordar com tudo o que escrevi na altura...


HOJE É NATAL

Hoje é Natal,
mas não tem importância;
porque é normal
que os putos morram sem ter infância.
Hoje é Natal
e as crianças estão,
de armas na mão,
sem saber o que é, afinal,
o mal ou o bem;
trazem guerra no coração;
fazem um hábito da solidão,
do desespero, um irmão,
da violência, uma mãe.
Hoje há amor
porque é Natal.
Não há fome nem dor,
credo, etnia ou cor
que a morte abale.
As mulheres paradas
à espera do autocarro
não são assassinadas,
partidas, quebradas,
como se fossem de barro.
Os pobres não pedem,
com barrigas de vento,
uns trocos p’ra pão.
As potências não cedem
ao desarmamento
com armas na mão.
Não!!!
Todos comem à farta,
durante o jantar,
bacalhau com batata
sem radiação nuclear.
Tudo é paz, harmonia
e convívio familiar,
menos p’rá maioria
que, de barriga vazia,
ficou sem cear.
“Que penas sermos tão poucos
e não podermos fazer nada”,
dizem uns senhores roucos
de gravata apertada,
com fatinhos “muita lôcos”
e a pança aconchegada.
Entre eles e o curral
vai uma enorme distância.
O que é pena é ser normal,
porque hoje é Natal
e não tem importância.

Edgarbury K. Zeytonov (a.k.a. Filipe Lopes)
Maio de 1996

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Paísinho Mecânico - Uma alarvidade em Tomar

Hoje estava a beber café com um colega e amigo meu, antes de começar a trabalhar, e ele contou-me uma história inacreditável, bem ilustrativa do paísinho que somos. Foi uma coisa que ele viu na TV antes de sair de casa e que eu não resisto a postar aqui. Não há nada que me ligue a Tomar. Nem afinidades com os Templários, nem ligações de sangue, ou amizades, e nunca fui à Festa dos Tabuleiros. Acho a cidade bonita e simpática, tem (lembro-me por causa das visitas de estudo que fiz com a minha escola, há uma vintena de anos ou mais) uma janela bem gira, que deve ter dado um trabalhão a fazer, mas não há nenhum laço muito forte que a ela me una. Não posso, no entanto, deixar de nutrir uma certa simpatia pelas pessoas que lá vivem e que, pelos vistos, devem ter que aturar muita coisa parva da parte da autarquia, pelo menos a julgar pela história que vou parafrasear a seguir. Em Tomar existe, como em muitas cidades e vilas portuguesas, uma zona histórica. Quem mora nessas zonas, está sempre bem lixado. Quer mudar uma janelinha de sítio, não pode; quer construir uma pôrra qualquer, não pode; quer pintar a casa de uma cor diferente, não pode. Basicamente, não pode fazer nada para não atentar contra as sinergias do local em que se encontra. Bem, dizia eu, em Tomar há uma zona dessas. Nela, existe uma ruela estreita de sentido único, daquelas em que só passa um carro à rasquinha e é impensável estacionar. Pois foi, precisamente, nessa zona histórica que a câmara resolveu aprovar a construção de um mamarracho megalómano, com dois pisos, que é um parque de estacionamento. Quer, dizer, as pessoas não podem mudar uma janelita, mas a câmara deixa a Bragaparques construir um prédio idiota no mesmo local histórico. Acho que aí já não afecta as sinergias de bosta nenhuma! Mas o caricato, é o que vem a seguir: a tal rua, estreitinha e de sentido único, foi fechada pelo parque de estacionamento, passando a ser a saída do mesmo, de maneira a que as pessoas que lá moram, têm que entrar no dito parque e PAGAR para poderem aceder à rua e entrar em casa. Lindo, não é? Faço ideia do que acontecerá se alguém se sentir mal e for preciso chamar uma ambulância, ou se houver um incêndio e for necessária a intervenção de um carro de bombeiros maior, ou se alguém quiser mudar de casa e fazer mudanças. Já bem basta, se um desgraçado morador for às compras e se esquecer de comprar leite. E a seguir pão. Cada uma das viagens e cada um dos produtos de que se esqueça, ficar-lhe-á o valor que tem que pagar pelo parque mais caro tantas vezes quantas saia de casa. Salva-se, que me lembre, apenas uma coisa, nesta idiotice toda. Num primeiro encontro em que o rapaz convide a rapariga (ou o contrário) para conhecer o seu lar, fica sempre bem entrar num parque de estacionamento daqueles, só para impressionar. "É o estacionamento da minha casa", dito com uma pose de rola emproada, é uma bela introdução de conversa...

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Poemas Mecânicos - uma balada de Coimbra

Este foi um poema que fiz para cantar no meu grupo de Canção de Coimbra. Nunca o cantei em espectáculos, nem tenho grande vontade, verdade seja dita...

POR TI, SILÊNCIO


O meu coração sangrou
{ } BIS
Por cada rasgo sentido

No meu negro e amado manto – BIS

Mas minha voz não parou

De cantar em tom sofrido

As mágoas do meu pranto – BIS




Só que um dia ficou presa
{ } BIS
Minha alma a ti de amores

E aos teus olhos divinais – BIS

Desde então tenho a certeza

Que se algum dia te fores

Não cantarei nunca mais – BIS

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

links mecânicos youtubescos - Picture in a Frame

Bela versão da música "Picture in a Frame", do Tom Waits

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Textos Mecânicos - Incómodo Silêncio

Falo-te do tempo, porque não tenho coragem de te falar do que quero… do que sinto. Hoje está sol. Parece que é um dia de Verão. Ontem esteve frio, sobretudo à noite. Ainda é Inverno. É tempo dele! Mas hoje, hoje está um dia magnífico. A tua resposta ao assunto idiota do tempo é enigmaticamente inexistente. Mudo de conversa. Parece-me que não queres falar disto. Outra coisa. Deixa cá ver… Aquela criancinha tem umas meias amarelas. Sei que gostas de meias amarelas e saias verde-alface, como a dela. Tem um sorriso alegre e inocente escancarado no rosto, como o que tu costumas ter. Mas não tens. Não agora. Acho que tens, isso sim, um ar inexpressivo. Não sei bem. Ainda não consegui perceber que expressão (ou falta dela) é a tua e o que queres dizer com ela. Mas não desarmo. Portugal está em crise! Aliás, o mundo todo está em crise. Em crise económica e de valores morais. Este governo é uma merda! Ou melhor, todos os governos do mundo inteiro são uma grandessíssima merda! Nada. Nem a isto reages. Desato a insultar toda a gente. Todos os povos da Terra, as pessoas que passam na rua, à espera de uma reacção tua, que nunca acontece. Mudo de estratégia. Já vi que não respondes ao maldizer. Gosto de passarinhos. E de gatos. E de cães. E de animaizinhos, de um modo geral. Gosto de olhar para eles e de lhes fazer festas, quando eles deixam. Não gosto de moscas, nem de melgas, nem de mosquitos. São animais parvos. Nem são animais. São insectos. São insectos parvos. Mas gosto de aranhas, embora tenha medo delas. Tal como dos escorpiões. Mas cá não há escorpiões, portanto não tenho o enorme problema de me assustar a cada esquina. Nada dizes… Pronto. Ou não gostas de bichos, ou não gostas de falar sobre eles. E livros? Sabias que continuo a chorar com “O Principezinho”? E adoro banda-desenhada. Banda-desenhada e filmes. São tudo coisas que me fazem sentir emoções… Que estupidez! Sentir emoções é uma redundância, não é? Mas que merda! Por que é que não dizes nada? Ou, simplesmente, sorris? Um sorriso teu bastaria, como resposta. O teu silêncio só me condiciona ainda mais as palavras e os pensamentos. Esta questão exige uma manobra radical. Um momento de choque, que abane a consistência da tua inacção. Eu não queria dizer isto… mas… mas… ahn!... acho que gosto de ti. Acho que gosto mesmo muito de ti. Calo-me por um bocado. A ISTO vais ter que reagir! Eheheh! Já sinto uma tremedeira na espinha que preconiza uma vitória insofismável. Pois é! Não vais conseguir conter-te sem reagires a isto. Mas conténs-te. E eu desespero. Desespero por um gesto que não fazes, por uma palavra que não dizes, por um qualquer sinal, que nunca emites. Imagino que te ouço murmurar que me amas. Da tua boca apenas sai o grito insuportável do silêncio. À procura de qualquer indício de resposta, olho-te directamente nos olhos. Olhos, que apenas imagino estarem à minha frente. Não estão. Não estás. E és tão bonita, sentada nessa cadeira vazia deste café secular...!



Edgarbury K. Zeytonov (a.k.a. Filipe Lopes)
Café “A Brasileira” – Chiado
13/03/2006

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Textos Mecânicos - Eu e o Cinema

Este texto, já o escrevi há uns anos e foi publicado em vários locais. Ainda está no blog antestreia, por exemplo. Como é meu, resolvi pô-lo aqui também!


"Não sei a quem é que tu sais!", costumava a minha mãe dizer-me, com um sorriso de preocupação a sair-lhe dos lábios, quando eu tinha cerca de dezasseis anos, referindo-se à minha compulsiva vontade de ver filmes. De todo o tipo, mas acima de tudo, segundo a opinião dela - sublinho que era segundo a opinião dela e acho ser daí que provinha o tal esgar de preocupação -, de filmes de terror. Por um lado, penso que ela partilhava um pouco da minha alegria ao ver-me tão divertidamente interessado nessas coisas do cinema, por outro, temia que eu viesse a degenerar e me tornasse num daqueles psicopatas com cutelos e machados que pululavam nas fitas do género. Ou que me transformasse num vampiro à laia do Drácula ou do Nosferatu, sei lá! Bom, mas cedo compreendeu que podia ficar descansada quanto a essa questão, já que eu gostava dos filmes de terror tal como gostava dos outros, de todos os outros géneros, do 'western' ao drama, da comédia ao filme negro, do 'thriller' à animação ou à ficção científica. Mais tarde veio a comprovar que eu não me transformei no horripilante assassino da moto-serra. Acho que ficou contente!Apaixonei-me pelo cinema quando ainda era criança. Na aldeia da minha avó existia uma associação recreativa, onde por vezes um projeccionista itinerante assentava arraiais com a sua velhinha máquina de 16mm. Os primeiros filmes que vi projectados foram, por essa altura, algumas curtas-metragens nas quais aparecia a inconfundível e mítica imagem do Charlot. Aquela figura pequenina com uma divertida forma de andar, que usava bigodinho, bengala e chapéu de coco, ficou-me para sempre na memória. Hoje, quando (re) vejo alguns filmes do Charlie Chaplin, a primeira coisa que me vem à memória é aquela sensação que tive quando era miúdo ao ver "O Garoto de Charlot" (1920) - a de uma pureza absoluta, ou a de uma ingenuidade imaculada, própria de quem está a presenciar e sentir algo pela primeira vez. Chaplin foi um grande realizador. Um dos maiores de todos os tempos. A prová-lo estão títulos como "A Quimera do Ouro" (1925), "Tempos Modernos" (1936), "O Ditador" (1940), ou "Luzes da Ribalta" (1952), apenas para dar alguns exemplos.Acho que cresci fascinado pelo cinema da mesma forma que a criança de "Cinema Paraíso" (1988), de Giuseppe Tornatore. Para mim, aquele projeccionista que ia à aldeia da minha avó era um mago que trazia novos mundos e sonhos na bagagem para me oferecer. Graças a ele, fui o Zorro, o Robin dos Bosques, o Hércules e o Tarzan vezes sem conta, bem como o 'cowboy' mais rápido e com mais pontaria do Velho Oeste Americano. Ah! O Velho Oeste Americano! Teria, talvez, os meus oito anos, quando vi o "Shane" (1953), de George Stevens, pela primeira vez. E aí fui o rapazinho que segue de olhos lacrimejantes a partida do antigo pistoleiro transformado em herói solitário rumo ao horizonte. Um dos géneros que eu mais adorava, na época, era o 'western' e este filme foi o que abriu as portas para todos os outros que armazeno carinhosamente no meu baú de recordações, como "Rio Vermelho" (1948) ou "Rio Bravo" (1959), se falar em Howard Hawks, assim como "A Desaparecida" (1956), ou "O Homem Que Matou Liberty Valance" (1962), se me lembrar de John Ford. Aliás, estes dois realizadores pertencem, hoje, ao conjunto daqueles que eu mais admiro, mesmo noutros géneros cinematográficos. Lembrar-me-ei sempre de "As Vinhas da Ira" (1940) e de "O Vale Era Verde" (1941), como obras-primas absolutas que Ford nos deixou, tal como não me esquecerei jamais de "Paraíso Infernal" (1939), "Scarface - O Homem da Cicatriz" (1932) ou "Os Homens Preferem as Louras" como alguns dos legados mais importantes de Hawks à História do Cinema.Voltando ao 'western', não é de estranhar que John Wayne seja uma presença quase constante nos filmes que referi (à excepção de "Shane", Wayne entra em todos); ele é, de facto, para mim a figura do 'cowboy' por excelência. E era ele quem eu imitava, mesmo não fazendo a mínima ideia de quem era, nas minhas brincadeiras de criança. 'Johnny Guitar' (1954), de Nicholas Ray e, mais recentemente, Silverado (1985), de Lawrence Kasdan, e "Imperdoável" (1992) de Clint Eastwood, fazem, também eles parte, em conjunto com mais duas dúzias de títulos, da prateleira dourada da minha memória. Seria, no entanto, escandaloso (sem qualquer ponta de exagero), esquecer-me de mencionar o tantas vezes mal amado italiano 'western spaghetti', por intermédio da figura magistral de Sergio Leone e de alguns dos seus filmes, com particular ênfase para "Aconteceu no Oeste" (1968) e para a trilogia iniciada com "Por Um Punhado de Dólares" (1964), seguida por "Por Mais Alguns Dólares" (1965) e terminada com chave de ouro através do excepcional "O Bom, o Mau e o Vilão" (1966). O protagonista destes três últimos foi outro grandioso senhor do cinema, Clint Eastwood, também ele um actor com lugar destacado no 'western' e que encarnou como ninguém a figura do justiceiro que é um cavaleiro solitário.Mas foi aos treze anos, sensivelmente, que descobri ser o cinema a arte que eu mais adorava. O filme que provocou essa aproximação, no sentido de me levar a procurar outras coisas para ver e para ler, ou seja, para saciar a minha cada vez maior sede de conhecimento, foi "Laranja Mecânica" (1971), de Stanley Kubrick. Confesso que vi sem que ninguém, com poder para mo impedir, soubesse. Já sabia que todos diriam que não era um filme para a minha idade, tanto mais que o meu pai o tinha visto na altura da estreia em Portugal, lá para fins de 1974, princípios de 1975 e tinha ficado muitíssimo mal disposto com a sua violência, tanto a latente como a que era mostrada. Para um jovenzinho nos primórdios da adolescência, há melhor apresentação do que esta para ver o filme, sem sequer pensar em mais nada que não no simples prazer da transgressão? É óbvio que nada me tinha preparado para o que iria seguir-se e levei um violentíssimo murro no estômago por causa da minha teimosia, mas valeu a pena. A ideia subversiva que Kubrick transpõe para o grande ecrã, transformando um terrível e cruel criminoso em vítima da sociedade é, simplesmente, sublime. Claro que, com treze anos, embora já com uma relativamente longa jornada de filmes de terror vistos na televisão às sextas-feiras à noite sem que ninguém desse por isso, a percepção que eu tive do significado daquelas imagens não foi tão rebuscado. Isso só veio com o tempo, com o meu conhecimento das coisas do mundo, com os livros que li, com as pessoas com quem falei e com a numerosa quantidade de vezes que o revi. É incrível o que o Cinema pode fazer por nós!Stanley Kubrick passou a ser, a partir dessa altura, o meu realizador preferido. O seu cinema enchia-me (e enche-me) verdadeiramente a alma! São poucos os realizadores que podem dar-se ao luxo de dizer que foram geniais em quase todos os géneros pelos quais passaram. Kubrick foi (é!) um deles. De "2001, Odisseia no Espaço" (1968), na Ficção Científica, a "Barry Lyndon" (1975), no Filme de Época, passando por "Shining" (1980), no Terror, "Doutor Estranhoamor" (1964), na Comédia, ou "Nascido Para Matar" (1987), no Filme de Guerra, toda a sua carreira está assente em pilares muitíssimo sólidos e praticamente indestrutíveis. Um génio!Depois de "Laranja Mecânica", como há pouco referi, a minha paixão pelo cinema cimentou-se e a minha sede de conhecimento sobre a matéria cresceu como uma progressão geométrica. A partir daí, meus caros leitores, não sendo comedido no adjectivo a utilizar, foi o descalabro! Porque, se ver filmes custa dinheiro, comprar livros sobre a matéria tem um custo incomportável para uma bolsa de um miúdo que ainda não tem idade para trabalhar. Felizmente tive a ajuda de amigos, que me emprestavam muitas coisas e me ajudavam a seleccionar o que era importante. Foram largas centenas, os filmes que vi e os realizadores que tenho como referência. Citarei apenas alguns. Nunca se sabe… pode ser que esta "pequena" lista sirva para alguém que goste de cinema e queira andar à procura de algum que ainda não tenha visto…

Lista Mecânica dos Filmes de que Mais Gosto

Faltam muitos, muitos!!!!!!!!

Argento, Dario
SUSPIRIA (1977)
INFERNO (1979)

Bergman, Ingmar
MORANGOS SILVESTRES / SMULTRONSTÄLLET(1957)
O SÉTIMO SELO / DET SJUNDE INSEGLET(1957)
A FONTE DA VIRGEM / JUNGFRUKÄLLAN (1960)

Burton, Tim
BATMAN (1989)
EDUARDO MÃOS DE TESOURA / EDWARD SCISSORHANDS (1990)
BATMAN REGRESSA / BATMAN RETURNS (1992)
ED WOOD (1994)

Capra, Frank
UMA NOITE ACONTECEU / IT HAPPENED ONE NIGHT (1934)
O MUNDO É UM MANICÓMIO / ARSENIC AND OLD LACE (1944)
DO CÉU CAÍU UMA ESTRELA / IT'S A WONDERFUL LIFE (1946)

Chaplin, Charles
O GAROTO DE CHARLOT / THE KID (1920)
A QUIMERA DO OURO / THE GOLD RUSH (1925)
TEMPOS MODERNOS / MODERN TIMES (1936)
O DITADOR a.k.a. O GRANDE DITADOR / THE GREAT DICTATOR (1940)
LUZES DA RIBALTA / LIMELIGHT (1952)

Coppola, Francis F.
APOCALYPSE NOW (1979)
JUVENTUDE INQUIETA / RUMBLE FISH (1983)
O PADRINHO (I, II e III) / THE GODFATHER (I, II and III)
DRÁCULA DE BRAM STOKER / BRAM STOKER'S DRACULA (1992)

Curtiz, Michael
O CAPITÃO BLOOD / CAPTAIN BLOOD (1935)
AS AVENTURAS DE ROBIN DOS BOSQUES / THE ADVENTURES OF ROBIN HOOD (1938) co-realizado com William Keighley
CASABLANCA (1942)

Demme, Jonathan
O SILÊNCIO DOS INOCENTES / THE SILENCE OF THE LAMBS (1991)

Eisenstein, Sergei
O COURAÇADO POTEMKIN / BRONIENOSIETS POTIOMKIN (1925)
OUTUBRO / OKTIABR (1928)
ALEXANDRE NEVSKI / ALEKSANDR NEVSKI (1938)
IVAN,O TERRÍVEL / IVAN GROZNY (1947)

Fincher, David
SE7EN - SETE PECADOS MORTAIS / SE7EN (1995)
CLUBE DE COMBATE / FIGHT CLUB (1999)

Fleming, Victor
A ILHA DO TESOURO / TREASURE ISLAND (1934)
O FEITICEIRO DE OZ / THE WIZARD OF OZ (1939)
E TUDO O VENTO LEVOU / GONE WITH THE WIND (1939)
O MÉDICO E O MONSTRO / DR. JEKYLL AND MR. HYDE (1941)

Ford, John
CAVALGADA HERÓICA / STAGECOACH (1939)
AS VINHAS DA IRA / THE GRAPES OF WRATH (1940)
O VALE ERA VERDE / HOW GREEN WAS MY VALLEY (1941)
A PAIXÃO DOS FORTES / MY DARLING CLEMENTINE (1946)
O HOMEM TRANQUILO / THE QUIET MAN (1952)
A DESAPARECIDA / SEARCHERS (1956)
O HOMEM QUE MATOU LIBERTY VALANCE / THE MAN WHO SHOT LIBERTY VALANCE (1962)
A TABERNA DO IRLANDÊS / DONOVAN'S REEF (1963)
O GRANDE COMBATE / CHEYENNE AUTUMN (1964)

Forman, Milos
VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS / ONE FLEW OVER THE CUCKOO'S NEST (1975)

Godard, Jean-Luc
O ACOSSADO / À BOUT DE SOUFFLE (1960)
O DESPREZO / LE MÉPRIS (1963)
PEDRO, O LOUCO / PIERROT LE FOU (1965)

Griffith, D. W.
O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO / THE BIRTH OF A NATION (1915)
INTOLERÂNCIA / INTOLERANCE (1916)

Hawks, Howard
SCARFACE, O HOMEM DA CICATRIZ (1932)
PARAÍSO INFERNAL (1939)
RIO VERMELHO (1948)
A CULPA FOI DO MACACO (1952)
OS HOMENS PREFEREM AS LOURAS (1953)
RIO BRAVO (1959)

Herzog, Werner
AGUIRRE, O AVENTUREIRO (1972)
FITZCARRALDO (1981)
GRIZZLY MAN (2005)

Hitchcock, Alfred
A JANELA INDISCRETA (1954)
A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES (1958)
INTRIGA INTERNACIONAL (1959)
PSICO (1960)

Hopper, Dennis
EASY RIDER (1969)

Jackson, Peter
BRAINDEAD - MORTE CEREBRAL (1992)
O SENHOR DOS ANÉIS (I, II e III)

Kassovitz, Mathieu
O ÓDIO (1995)

Kazan, Elia
UM ELÉCTRICO CHAMADO DESEJO (1951)
HÁ LODO NO CAIS (1954)
A LESTE DO PARAÍSO (1955)
ESPLENDOR NA RELVA (1961)

Keaton, Buster
O REI DOS COWBOYS (1925)
A GLÓRIA DE PAMPLINAS (1926) co-realizado com Clyde Bruckman

Kiarostami, Abbas
E A VIDA CONTINUA (1992)
ATRAVÉS DAS OLIVEIRAS (1994)
O SABOR DA CEREJA (1997)

Kubrick, Stanley
UM ROUBO NO HIPÓDROMO (1956)
HORIZONTES DE GLÓRIA (1957)
DOUTOR ESTRANHOAMOR (1964)
2001, ODISSEIA NO ESPAÇO (1968)
LARANJA MECÂNICA (1971)
BARRY LYNDON (1975)
SHINING (1980)
FULL METAL JACKET - NASCIDO PARA MATAR (1987)

Kurosawa, Akira
ÀS PORTAS DO INFERNO (1950)
OS SETE SAMURAIS (1954)
KAGEMUSHA - A SOMBRA DO GUERREIRO (1980)
RAN, OS SENHORES DA GUERRA (1985)

Kusturica, Emir
UNDERGROUND - ERA UMA VEZ UM PAÍS (1995)
GATO PRETO, GATO BRANCO (1997)

Lang, Fritz
METRÓPOLIS (1927)
M - MATOU! (1931)

Leone, Sergio
POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964)
POR MAIS ALGUNS DÓLARES (1965)
O BOM, O MAU E O VILÃO (1966)
ACONTECEU NO OESTE (1968)
ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (1984)

Lubitsch, Ernst
A LOJA DA ESQUINA (1940)
SER OU NÃO SER (1942)
O CÉU PODE ESPERAR (1943)

Malick, Terrence
OS NOIVOS SANGRENTOS (1974)
DIAS DO PARAÍSO (1978)

Mankiewicz, Joseph L.
O FANTASMA APAIXONADO (1947)
CARTA A TRÊS MULHERES (1948)
JÚLIO CÉSAR (1953)

Monty Python
MONTY PYTHON E O CÁLICE SAGRADO (realizado por Terry Jones e Terry Gilliam, 1975)
A VIDA DE BRIAN (realizado por Terry Jones, 1979)
MONTY PYTHON, O SENTIDO DA VIDA (realizado por Terry Jones, 1983)

Murnau, F. W.
NOSFERATU, O VAMPIRO (1922)
FAUSTO (1926)
TARTUFO (1926)
AURORA (1927)

Peckinpah, Sam
A QUADRILHA SELVAGEM (1969)
A BALADA DO DESERTO (1970)
CÃES DE PALHA (1971)
DUELO NA POEIRA (1973)
O COMBOIO DOS DUROS (1978)

Radford, Michael
O CARTEIRO DE PABLO NERUDA (1994)

Ray, Nicholas
JOHNNY GUITAR (1954)
FÚRIA DE VIVER (1955)
SOMBRAS BRANCAS (1960)

Romero, George A.
O DESPERTAR DOS MORTOS VIVOS a.k.a A NOITE DOS MORTOSVIVOS (1968)

Rossen, Robert
A VIDA É UM JOGO (1961)

Scorsese, Martin
TAXI DRIVER (1976)
O TOURO ENRAIVECIDO (1980)
A COR DO DINHEIRO (1986)
TUDO BONS RAPAZES (1990)

Scott, Ridley
ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO (1979)
BLADE RUNNER (1982)

Spielberg, Steven
TUBARÃO (1975)
OS SALTEADORES DA ARCA PERDIDA (1981)
E. T. , O EXTRATERRESTRE (1982)
INDIANA JONES E O TEMPLO PERDIDO (1984)
INDIANA JONES E A GRANDE CRUZADA (1989)
A LISTA DE SCHINDLER (1993)
O RESGATE DO SOLDADO RYAN (1998)

Stevens, George
SHANE (1953)

Tarantino, Quentin
CÃES DANADOS (1992)
PULP FICTION (1994)
KILL BILL - Vol. 1 (2003)
KILL BILL - Vol. 2 (2004)

Truffaut, François
O MENINO SELVAGEM (1970)
GRAU DE DESTRUIÇÃO (1966)

Welles, Orson
O MUNDO A SEUS PÉS (1941)
O QUARTO MANDAMENTO (1942)
RELATÓRIO CONFIDENCIAL (1955)
A SEDE DO MAL (1958)
O PROCESSO (1962)

Whale, James
FRANKENSTEIN (1931)
O HOMEM INVISÍVEL (1933)
A NOIVA DE FRANKENSTEIN (1935)
O HOMEM DA MÁSCARA DE FERRO (1939)

Wood, Ed
GLEN OR GLENDA (1954)
PLAN 9 FROM OUTER SPACE (1959)

continua... continuará sempre!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Mecanismos Externos - Campo de Concentração

Ora aqui está um poema que tenho pena de não ter sido eu a escrevê-lo... Existem uma série deles assim!

Campo de Concentração

Teus olhos, aves que poisas
sobre as amarguras do mundo,
e que bebem até ao fundo das coisas
como se as coisas não tivessem fundo;

Teus olhos, de asas abertas,
povoaram de voos
o claustro do meu rosto
e interrogaram as sombras, as sombras sempre despertas
deste sonho pressuposto.

Vai-te. Não interrogues nada, que eu não sei dizer-te nada.
Isto, isso e aquilo, não é isso, nem aquilo, nem isto.
Não é nada.
Ou talvez não seja nada.
Ou talvez seja só isto:
Um pavor de madrugada,
um mal que se chama EXISTO!

António Gedeão

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Explicação Mecânica

Quero escrever mais. Não tenho muito tempo, mas quero... "O Túnel e a Luz" foi uma coisa que escrevi há bastante tempo, ainda com um pseudónimo que às vezes uso e que me acompanha há mais tempo ainda. Tem uma história engraçada de homenagem, a construção desse pseudónimo, relacionada com literatura e cinema. Como quase tudo na minha vida. A que acrescento o pool e as pessoas de quem gosto. Mais um copo de bourbon, de whiskey irlandês, de aguardante velha, de vinho tinto ou uma cerveja fresquinha.

Textos Mecânicos - O Túnel e a Luz

O Túnel e a Luz

O túnel
é escuro.
Aterradoramente
escuro.
Consome-me
a cada passo que dou,
mas eu
continuo a avançar
masoquistamente,
incessantemente.
Nada se vê,
nada se ouve.
Sente-se somente
um frio cortante,
húmido
e seco.
As sensações
confundem-se.
Eu avanço
persistentemente
por entre
as trevas.
Avisto uma luz,
ténue,
de brilho amedrontado,
ao longe,
inacessível.
Aperto o passo...
corro pelo nada;
os meus braços
ensanguentados
pelas paredes rugosas,
não os sinto,
como se não os tivesse.
A luz
continua longe,
muito longe,
dando a triste impressão
de que quanto
mais avanço,
mais ela se afasta.
Tropeço,
caio;
a pele queimada
pela fricção
com o solo...
Levanto-me,
procuro a causa
da minha queda.
Um cheiro nauseabundo
paira no ar.
Apalpo qualquer coisa...
fria,
comprida,
flácida.
Um corpo!
Um cadáver humano
em estado
de letárgica
decomposição.
O cheiro...
o cheiro...!
Invade-me os sentidos,
estonteia-me!
A luz,
ao fundo.
A luz,
as trevas,
o cheiro,
o corpo!
Corro,
fujo.
Persigo a luz,
cada vez mais ténue,
cada vez mais distante.
Corro,
corro...
corro com uma ânsia
cega
de ter esperança
em alguma coisa.
O cheiro volta;
eu tropeço novamente
e novamente caio.
O cheiro...
um odor quase insuportável
a putrefacção.
Um corpo...
outro corpo...!
Não lhe toco.
Sinto-o somente,
perto,
demasiadamente perto.
Outra vez
me levanto
e começo correr,
para outra vez
tropeçar
e cair
e queimar a pele
na fricção com o solo.
E outra vez,
e mais outra,
e outras mais.
E de todas
as vezes
me levanto
e continuo a caminhada
em direcção
à luz.
À luz...
à luz...!
O cheiro...
o sangue do meu corpo...
as trevas...
os corpos...
dezenas,
centenas de corpos!
O cheiro...
a luz...
Náuseas...
sinto náuseas!
O começo da loucura
racional,
do desespero,
da falta de esperança.
Não corro mais...
não consigo correr mais...!
Ajoelho-me
e choro.
A luz,
ao longe.
A luz...!
Ergo-me,
e caminho
e cambaleio
e caio mais uma vez.
Não tenho forças;
as pernas não reagem.
O cheiro...
fétido...
o cheiro...
o cheiro...!
Vomito
num sórdido
grito
de desespero interior.
Arrasto-me
sobre a massa
peçonhenta
que se amontoa
no chão,
sempre, sempre
em direcção
à luz.
Ouço uma respiração ofegante,
mais ofegante
que a minha.
Alguém vivo!
deitado,
presumo;
que também
perseguiu a luz,
penso.
Digo
qualquer coisa,
num murmúrio
inconsequente.
Um último suspiro...
fundo...
prolongado...!
O último...!
Mais um que não conseguiu;
mais um corpo
que se irá decompor
para amplificar
o cheio.
O cheiro...!
Vomito novamente.
A luz
está perto;
nunca ninguém
esteve tão perto.
Quase
lhe consigo tocar.
Um último esforço...
centenas de homens...
centenas de corpos
e nunca ninguém
esteve tão perto...
e eu quase toco
na luz...
na luz...!
Qual luz?!
Apagou-se...
não existe!...
Terá, alguma vez,
existido?
A diluição...
da esperança,
do sonho,
de uma vida inteira,
por nada...
nada...
nada...!
Exausto,
deixo-me cair.
Desisto...
o chão é frio,
gélido...
carinhoso
e reconfortante.
Eu espero...
espero...
espero...
sem pressa,
sem desespero,
serenamente.
Afinal
tenho todo o tempo
da eternidade!
Ou toda a eternidade
de um tempo...


Edgarbury K. Zeytonov (a.k.a. Filipe Lopes)

23/04/1996
Tasco do Ernesto

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Olá!


Este é o meu primeiro post. Nunca pensei que fosse uma fotografia que minha, mas enfim...! Vá lá que é a jogar pool, o que é menos mau. Embora esteja uma com cara ainda mais feia do que é habitual.
Bem, um dia destes venho cá e escrevo qualquer coisa em condições. Para já, o que interessa é que
The Pool's Blackbeast is back!!