quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Mecanismos Externos - Campo de Concentração

Ora aqui está um poema que tenho pena de não ter sido eu a escrevê-lo... Existem uma série deles assim!

Campo de Concentração

Teus olhos, aves que poisas
sobre as amarguras do mundo,
e que bebem até ao fundo das coisas
como se as coisas não tivessem fundo;

Teus olhos, de asas abertas,
povoaram de voos
o claustro do meu rosto
e interrogaram as sombras, as sombras sempre despertas
deste sonho pressuposto.

Vai-te. Não interrogues nada, que eu não sei dizer-te nada.
Isto, isso e aquilo, não é isso, nem aquilo, nem isto.
Não é nada.
Ou talvez não seja nada.
Ou talvez seja só isto:
Um pavor de madrugada,
um mal que se chama EXISTO!

António Gedeão

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